segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vitória da natureza

Na relação das tragédias dos anos 80, o derramamento de óleo no Alasca pelo petroleiro Exxon Valdez é equiparado à explosão do reator nuclear de Chernobyl. O acidente matou 250 000 aves e mamíferos, segundo uma estimativa que não incluiu peixes nem outras criaturas das profundezas. Quando o petróleo se espalha pela superfície da água, 30% dele se evapora naturalmente em dois dias. Nesse meio-tempo, o material restante inicia uma cadeia calamitosa de eventos.

Na superfície, a massa negra inibe a fotossíntese dos fitoplânctons, organismos microscópicos que são a base da cadeia alimentar marinha. Quando afunda, vai matando algas, peixes, moluscos e corais até cobrir o leito do oceano com uma camada impermeável. O efeito é igualmente devastador se o óleo atinge áreas de mangue, que são os berçários da vida no mar. Quando o petroleiro Aegean Sea espalhou 72 milhões de litros de petróleo no norte da Espanha, a pesca na costa mais rica em frutos do mar do país ficou suspensa por um ano.

Os estragos, felizmente, não são permanentes. Em dez ou quinze anos, a natureza encarrega-se de restabelecer o equilíbrio ecológico perturbado pelo vazamento. Os primeiros organismos a proliferar são bactérias que vivem da decomposição do petróleo. À medida que esses microrganismos limpam a água, a cadeia alimentar é refeita. Retornam os fitoplânctons, os peixes, as aves e, por fim, os mamíferos, como botos e baleias. Vestígios dos 40 milhões de litros de petróleo derramados pelo acidente do Exxon Valdez no mar do Alasca, em 1989, só podem hoje ser detectados em análises com aparelhos científicos. No fim, a vida triunfou.

Fonte: Planeta Sustentável

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