segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eles não querem só dinheiro


Uma pesquisa mostra que, para os jovens de 18 a 24 anos, satisfação pessoal e relevância social já são aspectos mais importantes no trabalho do que altos salários

Os três jovens paulistas da foto ao lado compartilham o mesmo sonho. Patrick de Queiroz Bertoldo tem 20 anos, estuda comércio exterior no Senac, em São Paulo, e faz estágio na IBM. Bruno Barbosa de Araujo, de 23 anos, é presidente da fabricante de instrumentos musicais Echo Music. Aos 22, Thiago Vinícius da Silva é fundador e analista de crédito do Banco Comunitário União Sampaio, no Jardim Maria Sampaio, na extrema zona sul da capital. São histórias de vida diferentes, mas os três dizem desejar, por meio do trabalho, fazer do Brasil um país melhor. Jovens costumam ser sonhadores, às vezes utópicos, e coletivistas - um comportamento que tende a mudar tão logo as responsabilidades da maturidade e do mercado de trabalho se impõem. Mas, ao que tudo indica, a nova geração que começa agora a entrar nas empresas tem algo diferente.

Um estudo feito pela agência de pesquisas Box1824 e pelo Datafolha revela que Patricks, Brunos e Thiagos podem ser encontrados em todos os cantos do país. Depois de entrevistar mais de 3 000 pessoas de 18 a 24 anos em bares, parques e universidades, os pesquisadores descobriram que 90% dos jovens brasileiros querem um trabalho que contribua com a sociedade. Além disso, apenas quatro em cada dez entrevistados apontam o salário como fator principal na hora de escolher um emprego. Ascender rapidamente e ganhar muito dinheiro já não é prioridade para uma enorme fatia da chamada geração Y, formada pelos nascidos a partir da década de 80. "A pesquisa reflete um momento de otimismo inédito no país", diz Carla Mayumi, sócia da Box1824. "Os jovens querem fazer sua parte para melhorar a sociedade e já não têm tanta pressa em ficar ricos, como era a regra há pouco tempo."

Para essa garotada, o tamanho ou a história das organizações não faz diferença na hora de escolher um trabalho. "Essa é a primeira geração que prefere avaliar os valores das companhias", afirmam as psicólogas americanas April Perrymore e Nicole Lipkin, no livro A Geração Y no Trabalho. "Eles já agem assim na hora de escolher produtos num supermercado. Imagine para decidir onde querem trabalhar!" Para a maioria das empresas, essa visão "paz e amor" é um tremendo desafio, já que instrumentos de atração e manutenção de talentos utilizados até agora têm pouco - ou nenhum - efeito sobre os jovens. "As empresas que não conseguirem mostrar sua contribuição à sociedade terão muita dificuldade para atrair gente boa", afirma Paulo Mendes, sócio da empresa de recrutamento 2Get.

Leia a matéria na íntegra no Planeta Sustentável

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