quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Prefeitura faz relatório incompleto sobre áreas contaminadas na cidade

Administração lista 203 áreas com solo poluído por metais, combustíveis ou solventes, mas não detalha quais estão sendo ''remediadas''

Obrigada por lei, a Prefeitura de São Paulo divulgou o primeiro relatório de solo contaminado da cidade. O documento, publicado em janeiro no Diário Oficial, traz 203 áreas. Mas deixa de fora informações obrigatórias sobre os terrenos. Não diz, por exemplo, quais estão sob investigação e se há áreas em processo de reabilitação ou já reabilitadas.

O solo contaminado representa risco à saúde. A lista deve ser atualizada a cada três meses e serve como um guia sobre a condição de terrenos que poderão receber empreendimentos. Para erguer um prédio, o construtor precisa verificar se ele tem alta concentração de produtos tóxicos, como combustíveis, metais e solventes. Em caso positivo, precisará descontaminá-lo. O relatório também pode ser usado para compradores de apartamento verificarem se a área do prédio já foi ou não poluída e se passou por processo de descontaminação.

"Esse documento deveria ser um serviço à sociedade", explica o vereador Ítalo Cardoso (PT), autor da lei que criou a lista de áreas contaminadas. "Infelizmente, ainda não saiu com todos os dados previstos." A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que todas as áreas contaminadas da cidade foram listadas e, na próxima atualização, vai adicionar detalhes.

Bairros com vocação industrial no passado concentram as áreas com alta concentração tóxica no solo. É o caso do distrito da Mooca, o campeão com 18 áreas, onde o problema hoje trava o desenvolvimento imobiliário. Depois, vêm dois distritos na zona sul - Campo Grande, com 17, e Santo Amaro, 11. Também aparecem com destaque bairros da zona oeste, como Vila Leopoldina, com 10, e Barra Funda, 7.

Esses bairros já se sobressaíam no relatório anual do governo do Estado, divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que traz um número de áreas contaminadas muito maior que o da lista da Prefeitura - mais de 800 áreas na capital paulista.

Leia a reportagem na íntegra no Estadão

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