sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Passeio responsável

As calçadas acolhem os pedestres e abrigam a maior parte da vegetação urbana, por isso cuidar delas é um exercício de cidadania. Entre as opções de pisos, os que drenam a água das chuvas ajudam no combate às enchentes


BELA CAMINHADA.
Criador do conceito Calçada Viva, apresentado na mostra Casa Cor São Paulo 2006, o paisagista Benedito Abbud defende a ideia da revitalização das calçadas paulistanas. "A criação de ambientes agradáveis para os pedestres inclui o aspecto estético e o uso de materiais ecológicos", diz. Ele assina os passeios do empreendimento imobiliário Arquitetura de Morar, da Camargo Corrêa, no bairro Jardim Sul. Todos levam piso drenante da Tecnogran, feito com base cimentícia.

TRÊS FAIXAS.
Esta área está de acordo com a cartilha do Programa Passeio Livre, que recomenda três faixas. A primeira, junto à guia, é a de serviço, própria para árvores, postes, lixeiras etc. Em seguida vem a livre, destinada à circulação. Ela deve ser firme, contínua, antiderrapante e sem obstáculos. Por fim, a de acesso, junto ao imóvel, pode ter vegetação, bancos e floreiras. Aqui, a faixa livre é de material de cor clara, que não absorve muito calor e exige menos iluminação. As de acesso e serviço são ecológicas: isso se deve à instalação do pisograma, que drena a água da chuva para o lençol freático, evitando sobrecarregar bueiros e piscinões.

CALÇADAS RESIDENCIAIS.
Elas são responsabilidade do proprietário do imóvel - em São Paulo, estão sob pena de multa se não cumprirem o padrão arquitetônico do Programa Passeio Livre, da prefeitura. Blocos intertravados, como os da foto, dispensam o quebra-quebra na hora de mexer em tubulações subterrâneas e são indicados para áreas planas. Veja mais informações em www.prefeitura.sp.gov.br/passeiolivre.

RECEPÇÃO VISTOSA.
Um jardim sempre verde ocupa a porção junto ao muro desta residência em São Paulo. Impecável, o local virou motivo de orgulho e recebeu elogios dos vizinhos depois da reforma. O antigo piso de cimento esburacado deu lugar a uma faixa central de pedra miracema de 1,50 m, medida generosa para os pedestres. O caminho em curva acompanha canteiros com espécies de fácil cuidado, como buxinho, azaleia e grama-esmeralda.

SEMPRE PERMEÁVEL.
O arquiteto paisagista Luiz Portugal virou fã de pisos intertravados drenantes. "Eles absorvem parte da água da chuva e não geram entulho na colocação", detalha o profissional, que, para esta calçada de 1,20 m de largura, escolheu um modelo feito de massa cimentícia com agregados de mármore e granito (da Braston). Para garantir uma superfície plana e contínua por anos e anos, Luiz também foi cauteloso ao projetar canteiros com espécies de raízes curtas, como moreias e ipês-amarelos ou grama-esmeralda.

Porque usar piso drenante?
Cobertas de asfalto, as cidades se tornaram impermeáveis, cabendo aos bueiros receber toda a água da chuva. Não raro, eles não aguentam o fluxo intenso e transbordam, alagando ruas e avenidas. Dispostos a atenuar essa situação, arquitetos e paisagistas decidiram valorizar o solo vivo, dispensando mantas de impermeabilização (quando não há garagem no subsolo). Em seu lugar, eles dispõem um compacto mix de camadas com pedras, pedriscos, manta de drenagem e areia e aplicam na superfície pisograma ou placa com microporos. É essa combinação que cria uma calçada drenante.

OPÇÕES DE MATERIAIS

• Piso de blocos intertravados drenantes de concreto ou pisograma, da Glasser.
• Placa pré-moldada drenante de concreto e fibras naturais. Piso de blocos drenantes de concreto e borracha de pneu reciclado. Ambos da Braston.
• Placa pré-moldada drenante feita 100% de borracha de pneu reciclada, da Piso Leve.
• Piso drenante fabricado com 82% de material reciclado, descarte de indústria cerâmica e cimento, da Gyotoku.
Antes de comprar, certifique-se de que os pisos atendam às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Fonte: Planeta Sustentável

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