sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Trânsito e poluição são problemas crônicos na cidade

A 4ª edição da Pesquisa Dia Mundial Sem Carro reflete o quadro complexo que a capital paulista vive. Ao mesmo tempo que revela gargalos na infraestrutura de transporte público, apresenta excessivo volume de veículos nas ruas do município diariamente

Entra ano, sai ano, e as insatisfações da população não diferem muito quando os temas são o trânsito paulistano e o impacto na qualidade de vida, ocasionado pela poluição. Na 4ª edição da Pesquisa Dia Mundial Sem Carro do Movimento Nossa São Paulo*/Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira (16), na Câmara Municipal, essas constatações são destacadas nas respostas de grande parte das 805 pessoas entrevistadas (com 16 anos ou mais), entre os dias 25 e 30 de agosto deste ano. Apesar disso, 65% desse total, ainda consideram a cidade um bom lugar para se viver, no contexto geral.

O levantamento abre as ações que precedem ao dia 22 - Dia Mundial Sem Carro -, quando se espera que a população deixe seus veículos na garagem e optem por outras alternativas de transporte. “Só ter disposição não é suficiente”, avalia Márcia Cavallari, diretor-executiva do Ibope Inteligência.

Nessa relação um tanto dicotômica, a reação da população espelha esse descompasso entre o que se almeja e o que é realidade do dia a dia. Na prática, mudanças de atitudes voltadas ao consumo consciente ainda estão longe de atingir a totalidade da sociedade, principalmente quando se trata da utilização contínua do carro.

Segundo a diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas saiam diariamente com seus veículos pelas vias do município (de um universo de 7.584.011 habitantes – Censo/PNAD IBGE). Há uma média de 1,4 automóvel por domicílio.

Na pesquisa, a zona Oeste é onde há o maior uso de carro diário, apesar de ter 9% da população, seguido da zona Sul. Dos transportes menos usados, estão os trens, na faixa de 45% e 3% dizem que usam todos os dias bicicleta.

De forma implícita, algumas indagações podem ser feitas a esse respeito. Será que as pessoas que andam diariamente de carro adotam, por exemplo, ações como a carona solidária ou se há mais mobilizações entre as empresas, neste sentido? Esse é um tipo de informação que ainda não foi mensurado.

O que se sabe ao certo, é que os cidadãos pesquisados na amostragem dão a nota média de 3,3 (em uma escala de 1 a 10) para a situação do trânsito, mas ao mesmo tempo, a queda do percentual de quem usa automóvel todos ou quase todos os dias baixou apenas três pontos, de 29% a 26%.

A média de deslocamento diário da atividade principal das pessoas passou de 1h57 para 1h49. Já com relação ao enfrentamento do trânsito diário, o tempo aumenta para 2h42, o que demonstra que continua elevado, como nas últimas pesquisas.

O consenso é predominante em relação à poluição do ar, considerada grave por 96% dos entrevistados e revela que essa percepção aumentou com relação às pesquisas anteriores. São considerados os maiores causadores (caminhões, veículos velhos e ônibus coletivos, entre outros). O regime de chuvas também tem uma importância significativa, segundo os mesmos.

DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS
Quando perguntados sobre a adesão a um rodízio de dois dias, o aumento da rejeição é considerável em comparação ao ano passado; a aceitação passou de 52% para 41%. Os entrevistados cobram melhor eficiência administrativa com relação à qualidade de acessibilidade urbana e o aumento de infraestrutura de linhas de metrô e trem e corredores de ônibus, entre outros.

São Paulo é a 6º maior cidade poluída no mundo, mas a pesquisa apontou que menos paulistanos sabem disso, em comparação com 2009. O percentual caiu praticamente à metade, de um ano para outro, o que pode apontar menos divulgação sobre o tema, segundo Márcia Cavallari.

F
onte: Planeta Susntentável

Nenhum comentário:

Postar um comentário