quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Prédios para todos












Construtoras investem em projetos que aprimoram o conceito de acessibilidade em edifícios residenciais na cidade de São Paulo

Um degrau entre a calçada e o térreo de um condomínio pode parecer inofensivo, mas para portadores de necessidades especiais ele é um dos obstáculos que podem causar constrangimentos. Desde 1993, todo projeto residencial em São Paulo deve garantir áreas sociais acessíveis, de acordo com a lei municipal n0 11 345, que incorporou o tema ao Código de Obras do Município. A base da lei é a NBR 9 050, de 1985, que estabelece parâmetros técnicos de desenho universal para edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. Recentemente, algumas construtoras começaram a apostar na ampliação desse conceito para garantir conforto a moradores que estão na terceira idade ou podem sofrer perdas temporárias de mobilidade (em caso de acidentes, por exemplo). "Acessibilidade é para todos nós", diz Patrícia Valadares, gerente de desenvolvimento e projetos da construtora Tecnisa.

Em 2009, a Tecnisa constatou um aumento na idade média de seus clientes e pediu a eles sugestões para melhorar o conforto dos moradores da terceira idade. "Reunimos as ideias e propusemos o conceito de consciência gerontológica, já disponível em três lançamentos com diferenciais nos espaços sociais e opções de adaptações na planta", diz Patrícia. Na Cyrela, desde o ano passado os lançamentos da empresa passaram a incorporar novos itens de desenho universal nas áreas comuns, além de opções de plantas acessíveis, sem custos extras e com itens especiais nos banheiros, tomadas e comandos elétricos. "Não adianta ter alas sociais acessíveis se as unidades não seguirem os mesmos princípios", afirma Débora Bertini, gerente-geral de produto da Cyrela. Moradora do condomínio Vitá Alto da Lapa, da Even, a analista de comunicação Katya Hemelrijk aprova as novidades. "Como sou cadeirante, quando comprei meu apartamento na planta, avisei que precisaria fazer algumas adaptações. Para minha surpresa, a construtora propôs que eu fizesse um levantamento das minhas necessidades e aprovou tudo, sem cobrar mais por isso", conta.

E OS PRÉDIOS ANTIGOS?
O casal de jornalistas Rebeca Simone e Bruno Favoretto demorou até encontrar um imóvel na cidade. "Os apartamentos mais novos são mais apertados e os antigos, apesar de maiores, têm escadas, que inviabilizam o dia a dia do cadeirante, caso do meu marido", diz Rebeca. "Nessas situações, é preciso conversar com o síndico e pedir uma reforma", explica Silvana Cambiaghi, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade, da prefeitura. Mas o vice-presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, alerta: "Nem sempre isso é possível, por causa dos custos ou de dificuldades técnicas".

Fonte: Planeta Sustentável

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