terça-feira, 4 de maio de 2010

Sem reciclar todo PET nacional, Brasil importa o resíduo

Atrás apenas do Japão, Brasil é o segundo país do mundo que mais recicla garrafas PET, mas nível de reaproveitamento do material ainda não satisfaz a demanda interna; indústria têxtil é a que mais usa

“Na natureza, nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma”, já dizia Antoine-Laurent de Lavoisier, químico francês do século 18. Nossa sociedade finalmente resolveu dar ouvidos ao cientista. Tanto é assim que o Brasil é hoje o segundo pais em reciclagem de garrafas de politereflalato de etileno, o popular PET, atrás apenas do Japão, de acordo com o senso divulgado em 2008 pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).

Atualmente são recicladas no Brasil 253 mil toneladas do material, o que corresponde a um reaproveitamento de quase 55%, taxa que supera a dos EUA (que recicla 23,5%), Argentina (27%), Europa (40%) e México (15%).

Mas, enquanto 45% do PET reciclável ainda são desperdiçados em lixões e aterros ou são largados no solo, em rios e mares, o Brasil importa esse tipo de resíduo. Para completar a demanda por matéria-prima, nossas indústrias compram PET usado de outros países.

O aumento da reciclagem no país desde 1994 foi de 1.850%, ou seja, o Brasil recicla hoje quase 20 vezes mais do que reciclava no século passado; foram 253 mil toneladas recicladas em 2008, ante apenas 13 mil em 1994.

O índice de reciclagem de PET, no entanto, precisa melhorar, porque o país consome hoje quase seis vezes mais PET para produzir embalagens novas, portanto, sobra mais PET hoje do que sobrava no século passado. O consumo em 2008 chegou a 462 mil toneladas contra 80 mil em 1994. Isso resulta num descarte não reciclado de 209 mil toneladas de PET, volume quase três vezes superior ao descarte de 67 mil toneladas de 1994.

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

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