terça-feira, 18 de maio de 2010

Por uma vida sustentável

Por:Fernando José de Almeida*

O respeito ao meio ambiente começa com ações simples no dia a dia da escola e se aprofunda com discussões políticas e filosóficas

As chuvas que fizeram morros desabarem em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, destruíram os casarões de São Luiz do Paraitinga, a 187 quilômetros de São Paulo, e inundaram as residências no Jardim Pantanal (bairro da capital paulista) já mataram mais gente que o terremoto ocorrido no Chile.

Essas tragédias e muitos outros desastres estão servindo para tornar várias consciências sensíveis a fenômenos como o aquecimento global, o degelo nos polos e as perdas de proteção das camadas atmosféricas. Assuntos como poluição, extinção de espécies vegetais e animais e queimadas acabam por tocar principalmente crianças e jovens, que veem nisso uma forma de iniciar a vida cidadã pelo protesto e pela participação.

Os gritos de alerta que vêm dos que não se conformam com a degradação ambiental clamam para que deixemos uma vida melhor para todos os seres humanos do planeta, não importa se sejam nossos descendentes ou aqueles homens e mulheres que não conhecemos e de que nem sequer imaginamos a existência - os diferentes de nós, que pertencem a outras culturas, moram em outro continente e vivem outra realidade econômica.

A escola é o lugar de educar as novas gerações para uma generosidade cidadã e ampliar a noção de dever quanto ao futuro - próximo e remoto - do planeta. E o trabalho pedagógico pode iniciar ao se instaurar, dentro das dependências escolares, experiências sustentáveis, em que a economia de energia e o aproveitamento de recursos naturais, por exemplo, sejam hábitos incorporados à rotina de todos. As ações que os gestores podem desenvolver são simples, como mostra o projeto institucional que a revista NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR traz na edição de abril/maio, que está nas bancas.

A escola que respeita a natureza também adquire moral e legitimidade para colocar a questão ambiental em outras dimensões para seus alunos. A primeira é o aprofundamento do aspecto pedagógico. A vivência proporcionada pelo ambiente escolar inicia a construção de valores que será tanto mais consolidado quanto houver, por parte dos alunos, estudos, participação social, debates e intervenções na realidade. O ideal não é criar uma disciplina chamada Meio Ambiente, mas investir no tratamento interdisciplinar do tema, com a contribuição de todas as áreas para o desenvolvimento de um senso ético comum.

Leia a matéria na íntegra

*É filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário