segunda-feira, 15 de março de 2010

Soluções inteligentes que estão se tornando tendência nas ruas e nas vitrines


Novos hábitos, matérias-primas surpreendentes, técnicas modernas e um século inteiro para salvar o mundo. A sustentabilidade chegou no mercado da moda para agregar valor a marcas e ensinar ao novo consumidor, o valor de uma roupa ecologicamente correta.

Vestir, literalmente, a sustentabilidade. Essa é a proposta de lojas e estilistas da indústria têxtil para o consumidor do século XXI. Com todas as atenções do mundo voltadas para a preservação do meio ambiente e o consumo consciente, agora a tendência na moda é vestir roupas que tragam impresso esse conceito.

Diferentemente do que é propagado pela mídia, dos incentivos ao consumo desenfreado, a proposta do consumo consciente quer o uso apenas do que é necessário e, consequentemente, a redução no uso de matérias-primas que desencadeiem processos poluentes. Com as tendências sustentáveis, é possível ter um guarda-roupas enxuto, manter a conexão com o que está nas vitrines e evitar o desperdício.

Para se chegar a transformar hábitos, a educação é o primeiro passo. A OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), denominada Instituto Ecotece, é uma plataforma de informações que promove o “Vestir Consciente”. Fundadora do portal de educação ambiental, Ana Cândido pensa na educação das massas para a sustentabilidade como “um movimento de consciência planetária que promove repercussão na mídia, nas escolas, nas perguntas da nova geração de crianças e nos sinais de fúria da natureza, que são mensagens eficientes para tomada de atitude.”

Atitudes pequenas geram resultados relevantes quando realizadas por um número maior de pessoas. Esse é um dos pontos defendidos por Juliana Páffaro proprietária da loja infantil Pistache & Banana. Ela acreditou que o público infantil tem um papel na difusão de atitudes mais conscientes e abriu sua loja, que acaba funcionando como um espaço aberto para o aprendizado desse público. “Se essa geração de crianças não mudar o mundo, como será a situação? Sem dúvida, com educação, elas são atuantes. A gente tem que ajudar a melhorar agora, nada de futuro”, diz.

Reduzir o consumo, reutilizar o que já se tem e reciclar as peças que não são mais utilizadas. A filosofia dos “três erres” nunca esteve tão aplicada à moda. Materiais que antes viravam lixo, como garrafas PET, fibra de bambu e pneus, servem de inspiração para muitos empreendedores. Roupas desgastadas viram um novo tecido reciclado. As que já não são mais usadas, e empacam nos armários, podem ser objeto de desejo de outras pessoas. Esses são princípios que viraram negócio para muita gente. “É um conceito que está se tornando maior que a própria moda”, especula o sócio da confecção gaúcha Budha Khe Rhi, Carlos Stein. A BKR produz todas as coleções a partir da fibra de bambu, da reciclagem da garrafa pet e do algodão orgânico, de tecidos reutilizados e até de casca de árvore. As peças têm caimento perfeito e atraem curiosos e engajados. Mas, reforça Cláudio, o consumidor quer uma peça bonita: “não basta produzir uma camiseta ecológica e esperar que ela se venda somente pelo fato de ser reciclável. A peça na moda reciclável deve ter conceito e ser original”.


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