terça-feira, 31 de maio de 2011

Santo André tem 37 pontos com crianças e adolescentes nas ruas

O ABC tem 116 pontos públicos de concentração com crianças e adolescentes em situação de rua. Os dados são do estudo feito pela Fundação Projeto Travessia, que trabalha com menores em situação de risco, com a participação da Universidade Metodista de São Paulo. Entre as sete cidades da região, Santo André lidera o ranking com 37 áreas consideradas críticas, seguida por São Bernardo (27 locais), Diadema (20 locais), São Caetano (19 locais), Mauá (oito locais), Ribeirão Pires (três locais) e Rio Grande da Serra (dois locais).

O coordenador de projetos da Fundação, Marcelo Caran, explicou que as divisas do ABC são quase inexistentes, com isso não dá para dizer que uma cidade tem mais crianças de rua que a outra. “Os transportes intermunicipais favorecem que uma criança se movimente de uma cidade para a outra com facilidade. Uma criança que reside em São Bernardo pode estar nas ruas de Santo André”, exemplificou.

Ainda segundo Caran, os períodos de maior concentração dessas crianças são entre quinta-feira e sábado. “Parte dessas crianças estão livres das atividades escolares nos fins de semana e também é quando há maior concentração de pessoas nas ruas”, afirmou.

Os endereços dessas áreas de concentração não foram divulgados para não atrapalhar os projetos das prefeituras, que têm a missão de traçar uma política pública regional e integrada para atender esse público específico. “É um número elevado e uma situação que preocupa. Agora, o próximo passo são as ações dos municípios serem potencializadas e capacitadas. Contudo, algumas ações têm que ocorrer em âmbito local”, salientou o coordenador de projeto da Fundação Criança de São Bernardo, André Felix Portela Leite.

De acordo com Leite, entre os fatores que contribuem para que uma cidade tenha esses pontos com crianças de rua estão a má distribuição de renda, questões geográficas e a postura da sociedade frente a essa realidade. “É fundamental que as pessoas entendam que dar esmola ou comprar produtos desses adolescentes pode estimular e alimentar essa situação. É preciso lembrar que há equipes responsáveis que fazem o atendimento a essas crianças”, disse.

Para Caran, da Fundação Travessia, em outra fase do projeto é necessário obter informações sobre a família das crianças, para saber os motivos que levam uma criança a abandonar o lar, o que pode ajudar na reinserção na família e na sociedade. “A negligência e o abandono por parte dos pais, abuso sexual, trabalho infantil e a violência familiar estão entre as principais causas”, falou.

Leia a matéria na íntegra no RROnline

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