segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O movimento em prol do brincar

Iniciativa repudia rotina cheia de obrigações das crianças e ressalta a importância da brincadeira para o desenvolvimento

O bom desempenho dos alunos chineses em avaliações internacionais tem chamado atenção para o modelo educacional do País, baseado em disciplina, preparação obsessiva para as provas e quase nenhum tempo para o lazer. Mas um número crescente de educadores, psicólogos e pais defende a ideia de que é brincando que as crianças adquirem as ferramentas para serem bem-sucedidas.

Os jogos e o faz de conta possibilitam exercitar comportamentos adultos, elaborar conflitos, aprender regras de convivência em grupo e desenvolver habilidades como criatividade, liderança e solução de problemas. E foi justamente a preocupação com o futuro profissional das crianças americanas que motivou o grupo Play for Tomorrow (Brincar pelo Amanhã) a lutar por políticas públicas para resgatar o espaço destinado ao lúdico nas escolas e nos lares.

Segundo dados da entidade, em 1981 as crianças gastavam cerca de 40% de seu tempo brincado. Em 1997, o número havia caído para 25%. Nas últimas duas décadas, milhares de escolas americanas eliminaram a hora do recreio para dedicar mais tempo a atividades acadêmicas.

No Brasil não existem estatísticas similares, mas especialistas afirmam que também aqui o "play time" está sendo consumido por atividades extracurriculares e pelas horas passadas em frente a uma tela. Levantamento feito pelo Ibope aponta que as crianças brasileiras gastam, em média, cinco horas diárias assistindo à TV.

"Meninos e meninas estão cada vez mais confinados em condomínios, onde estão supostamente protegidos. Mas acabam sofrendo outro tipo de violência, pois se relacionam sozinhos com a tecnologia", afirma a psicóloga Lais Fontenelle, do Instituto Alana.

Para ela, é fundamental lutar pela revitalização dos parques e das praças públicas, espaços que oferecem às crianças experiências mais ricas que aquelas vivenciadas em playgrounds de prédios e clubes.

Reportagem na íntegra no Estadão

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