Pesquisa do Instituto Trata Brasil indica que mais da metade dos pacientes internados por diarréia são crianças. A enfermidade é a mais associada à falta do serviço de tratamento de esgotos ou a uma cobertura precária
A constatação vem da pesquisa Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População, realizado em 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes, entre 2003 e 2008. O estudo, feito a pedido do Instituto Trata Brasil*, analisou a influência da ruim oferta de coleta e tratamento de esgotos no Sistema Único de Saúde.
Em 2008, foram 67,3 mil internações de crianças por diarréia nos 81 municípios pesquisados, o que representou 61% de todas os pacientes internados por esse motivo. Em algumas cidades, como Vitória/ES, Macapá/AM e Porto Velho/RO, o índice passa dos 78%. De acordo com a pesquisa, a situação é mais grave em lugares onde há menor oferta de saneamento e mais pobreza.
De acordo com o presidente do Instituto, Édison Carlos, o país se divide entre municípios com boa oferta dos serviços de coleta de esgoto e, portanto, com baixos índices de internação por contaminação, e aqueles com baixíssimo nível de cobertura do serviço, onde os moradores estão mais expostos a enfermidades. E
ntre as doenças que se proliferam por causa da falta de saneamento básico, ou de um serviço ruim, a diarréia é a mais frequente. O estudo revela que as taxas de internação por esta enfermidade tendem a cair conforme há uma expansão de esgotamento sanitário. Nas dez cidades onde há maior cobertura do serviço, houve uma média de 49 internações a cada 100 mil habitantes. Na outra ponta do ranking, entre as dez cidades onde o serviço é precário, essa taxa é quatro vezes maior. Os piores índices estão em Ananindeua/PA, Belém/PA e Nova Iguaçu/RJ. No geral, as maiores taxas de internação por causa de diarréia, feitas entre 2003 e 2008, estão nas regiões Norte, Nordeste e nas periferias das grandes cidades.
Leia a notícia na íntegra no Planeta Sustentável
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
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