terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ordem na casa, diz a CDHU

A maior empresa pública de habitação do país, a CDHU, quer mudar sua imagem. A meta é fazer para a baixa renda moradias confortáveis e verdes

É fim de tarde, e em um pequeno condomínio da cidade de Cubatão, a 55 quilômetros de São Paulo, crianças andam de bicicleta sobre ruas pavimentadas. Os sobradinhos geminados de dois dormitórios, revestidojavascript:void(0)s de pastilhas de vidro em tons pastel, têm janelas amplas que favorecem a incidência de luz natural. Dentro, todo o chão é de piso frio e a cozinha e o banheiro são revestidos de azulejos brancos. Nos telhados, aquecedores solares garantem o banho quente das famílias, que têm direito a uma vaga de garagem e a uma área comum com um playground e uma churrasqueira. O empreendimento imobiliário parece coisa de classe média — mas, acredite, não é. Quem mora ali, num condomínio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), é gente pobre: muitas famílias têm renda média mensal inferior a dois salários mínimos.

Ao longo das últimas décadas, e em todo o Brasil, as empresas públicas estaduais e municipais de habitação, mais conhecidas como Cohabs, esmeraram-se em ter sua imagem associada à construção de aglomerados de habitações pequenas, feias e de qualidade ruim para a população de baixa renda. A CDHU não escapa à regra. Em bairros da periferia de São Paulo, a empresa ajudou a piorar a paisagem urbana com mares de prédios idênticos e de arquitetura de gosto duvidoso. No interior do estado, onde o calor pode ser mais intenso, o desconforto térmico nas casas da CDHU fez com que elas recebessem o apelido pejorativo de “forno microondas”. Nos últimos quatro anos, porém, a companhia tem tentado vencer a própria imagem.

Por trás dessa tentativa está o engenheiro Lair Krähenbühl, que ocupa os cargos de secretário estadual de Habitação e de presidente da CDHU. Desde que assumiu as duas funções, em 2007, Krähenbühl decidiu que a sustentabilidade permearia a estratégia da companhia, e isso significava, principalmente, melhorar a qualidade do produto oferecido à população. “Incorporamos a ideia de que investir nas casas traria benefícios: para o meio ambiente, à saúde dos moradores, e para a própria CDHU, uma vez que as famílias costumam passar o resto da vida na mesma habitação”, diz o arquiteto Eduar do Trani, chefe de gabinete da Secretaria de Habitação.

A notícia na íntegra no Planeta Sustentável

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