segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Beleza Sustentável

Sem se aprofundar no que significa "melhor" quando se trata de produtos de consumo, a realidade é que a maioria dos produtos verdes, atualmente, está classificada em dois grupos, que não conseguem virar o jogo com a maioria dos consumidores.

O primeiro grupo está cheio de produtos que, simplesmente, são "um pouco verdes", e são, normalmente, muito bons. Os produtos de limpeza são um bom exemplo, para os quais os fabricantes adaptaram antigas fórmulas para remover alguns dos produtos químicos antigos ou colocaram os produtos em recipientes parcialmente reciclados.

Tintas sintéticas de baixo COV (Compostos Orgânicos Voláteis) são outro exemplo. Com baixo nível de compostos orgânicos voláteis, as tintas látex à base de água são certamente mais verdes que as tintas à base de óleo – mas não são tão verdes como as tintas naturais.

O segundo grupo é composto por produtos que são verdes, mas infelizmente não são tão bons. O segmento de higiene & beleza é um ótimo exemplo.

Os primeiros consumidores verdes apoiaram uma série de marcas com itens naturais, apesar dos problemas desses produtos quando à experiência sensorial e à eficácia. No entanto, quando se trata de consumidores comuns, que priorizam a beleza, produtos verdes tem sido sinônimo de "não oferecem os mesmos resultados para a pele" ou simplesmente "não tem textura ou o cheiro que deveriam ter”. Assim, esse público tem evitado largamente as alternativas verdadeiramente naturais.

A combinação de credenciais "verdes" e de eficácia superior é a fórmula mágica para trazer a sustentabilidade para as massas. Passo a passo, quase todas as categorias precisam se reequipar e reestruturar, a fim de chegar lá.

Higiene & Beleza é uma indústria enraizada que deve reequipar-se. O segmento existe há muitas décadas, conduzido por companhias que seguem um modelo de P&D ao mesmo tempo bem-sucedido e lucrativo. Utilizando ingredientes sintéticos, predominantemente barato, os payers foram capazes de manter os custos baixos e altos lucros.

Com o enfoque crescente sobre os ingredientes, quanto ao que comemos, no entanto, os consumidores estão começando a se perguntar sobre os ingredientes que colocam na pele. Para atender suas preocupações, muitas marcas criaram produtos "naturais", substituindo algumas das formulações químicas por matérias naturais – ou, alternativamente, adicionando ingredientes orgânicos ao final de uma lista exaustiva de compostos químicos que a maioria de nós não consegue nem pronunciar. Em ambos os casos, parabenos, petroquímicos e sintéticos persistem em grande parte – como parte de fórmulas de produtos e metodologias de desenvolvimento presentes já por muitos anos.

Para aumentar o desafio, um produto natural vai muito além da seleção de ingredientes de origem natural (como ervas e óleos essenciais que demonstraram eficácia): a estabilização e preservação destes "novos" ingredientes requer toda uma nova abordagem da pesquisa, desenvolvimento e produção – virando de cabeça para baixo as melhores práticas da indústria.

Como em outras indústrias, isso provavelmente levará a um novo conjunto de payers que tenham o pensamento out-of-the-box para assumir esses desafios.

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