sexta-feira, 23 de abril de 2010

Moacir Gadotti e a sustentabilidade na educação

O pedagogo brasileiro Moacir Gadotti trabalhou na redação da Carta da Terra - tratado internacional que contém princípios éticos para a vida no século 21 - e defende seu uso nas escolas e universidades. Para o diretor do Instituto Paulo Freire e conselheiro do movimento Carta da Terra Internacional, o documento é uma ferramenta essencial para a transformação do mundo em um lugar justo e pacífico

Quando trabalhou ao lado de Paulo Freire – o maior especialista em educação que o Brasil já teve – o pedagogo Moacir Gadotti conheceu de perto a “Pedagogia do Oprimido”, segundo a qual o sistema de ensino impõe os valores das classes dominantes ao menos favorecidos. Hoje, é um ativista da educação para a sustentabilidade e afirma com ênfase que “o planeta é um grande oprimido”.

Com 42 títulos publicados, o educador lecionou na USP, Unicamp, PUC-SP e PUC-Camp, e hoje dirige o Instituto Paulo Freire – IPF*, que ajudou a fundar em 1992.

O IPF participou da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, quando surgiu a proposta de um tratado de ética que norteasse a criação de um mundo sustentável. “Faltava uma declaração que incluísse todos os seres do planeta - os humanos e os não humanos - e indicasse a melhor forma de relacionamento entre eles. A Carta da Terra, lançada em 2000, solucionou essa questão”, comenta Gadotti. (Conheça o texto integral da Carta e leia a entrevista com Mirian Vilela, diretora executiva do movimento internacional).

Durante o processo de redação da Carta, Gadotti ajudou a coordenar os textos relativos à educação e, hoje, é um dos conselheiros da organização Carta da Terra Internacional. No ano passado, o pedagogo foi um dos responsáveis pelo Guia para usar a Carta da Terra na Educação* (disponível para download em inglês, português e espanhol; ver link no final do texto). Sua vasta experiência com a Carta o levou a escreveu seu 43º. Livro - A Carta da Terra na Educação – que será lançado em maio, mas foi resenhado pelo Planeta Sustentável para sua Estante.
No mundo, há cerca de 2.5 bilhões de estudantes. Se a Carta da Terra fosse adotada por todas as escolas, seria muito mais fácil melhorar o planeta”, afirma Gadotti, que nos recebeu para falar sobre como o documento pode ser aplicado na educação.

Qual é a importância da Carta da Terra para a educação?A sustentabilidade foi eleita o conceito-chave na renovação da educação do século 21 pela UNESCO; e a Carta da Terra é reconhecida como o documento orientador dessa “Nova Educação”. É preciso deixar de lado a pedagogia da era industrial, que tem uma visão produtivista e exploratória do planeta. A Carta é um documento fundamental nesse processo de mudança de paradigma: a Terra tem de ser vista não apenas como um corpo astronômico, mas como um ser vivo.
Os educadores estão conscientes de seu papel nessa “Nova Educação”?O nível de consciência dos educadores é muito melhor do que quando começamos a trabalhar a ideia da sustentabilidade na Rio 92. Naquela época, quem estava ligado a esse tema era chamado de chato e radical. Hoje, isso mudou e aqueles que não se preocupam com o tema são considerados alienados. Eu posso afirmar que a Rio 92 não trouxe todos os resultados que esperávamos, mas, do ponto de vista da conscientização, ela foi um marco.
Qual é a importância da Carta da Terra para a educação?
A sustentabilidade foi eleita o conceito-chave na renovação da educação do século 21 pela UNESCO; e a Carta da Terra é reconhecida como o documento orientador dessa “Nova Educação”. É preciso deixar de lado a pedagogia da era industrial, que tem uma visão produtivista e exploratória do planeta. A Carta é um documento fundamental nesse processo de mudança de paradigma: a Terra tem de ser vista não apenas como um corpo astronômico, mas como um ser vivo.

Os educadores estão conscientes de seu papel nessa “Nova Educação”?
O nível de consciência dos educadores é muito melhor do que quando começamos a trabalhar a ideia da sustentabilidade na Rio 92. Naquela época, quem estava ligado a esse tema era chamado de chato e radical. Hoje, isso mudou e aqueles que não se preocupam com o tema são considerados alienados. Eu posso afirmar que a Rio 92 não trouxe todos os resultados que esperávamos, mas, do ponto de vista da conscientização, ela foi um marco.

Leia a matéria na íntegra

Nenhum comentário:

Postar um comentário