No Brasil, cerca de 9% dos bebês nascem prematuros. Mesmo sendo mais comum do que se imagina, as mães não estão preparadas para enfrentar tal situação. A situação é ainda pior quando se trata de mulheres com dificuldades socioeconômicas, pois os nenês exigem medicamentos, alimentos e cuidados extras e caros. Mesmo que elas recebam assistência durante o período em que a criança está na UTI Neonatal dos hospitais públicos, quando voltam para casa, estão despreparadas e sem amparo.
Foi pensando nisso que a ONG Viver e Sorrir foi criada. A instituição existe oficialmente desde 2004, mas já atua, com voluntários, há 18 anos com mães e bebês que nascem prematuros – faz o acompanhamento de ambos desde a alta do hospital até os filhos alcançarem a maioridade. Hoje, cerca de 700 crianças são atendidas pela organização, que conta com 14 voluntárias para trabalhos gerais e mais 50 profissionais das áreas de pediatria, neuropediatria, dermatologia, oftalmologia, odontologia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, pedagogia, psicopedagogia e assistência social.
Todo o trabalho começa quando o bebê ainda está na UTI Neonatal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Uma equipe de voluntárias dá suporte às mães, preparando lanches e realizando oficinas de trabalhos manuais para o tempo passar mais rápido, enquanto elas ainda não podem ficar o dia inteiro com o neném. Nesses intervalos, as novas mamães recebem orientação sobre os cuidados que devem ter em relação a nova rotina de seus filhos quando saírem do hospital. As voluntárias também organizam reuniões semanais com as mães e uma assistente social para que elas possam compartilhar seus medos e suas angústias.
A assistência continua quando as crianças passam para o berçário e podem ficar o tempo todo com as mães. Nesse período, as mães e o bebê ficam em contato direto, pele com pele, em um projeto chamado “mãe-canguru”.Quando o pequeno recebe alta do hospital, automaticamente, sai primeira consulta na está agendada no ambulatório da Viver e Sorrir em, no máximo, uma semana. A partir de então, o bebê tem acesso a todos os especialistas de que precisa em um mesmo local, o que facilita o deslocamento das mães, que nem sempre moram perto da ONG.
Um acompanhamento mensal é feito no ambulatório até que o bebê complete seis meses de idade. No segundo semestre de vida, os atendimentos passam a ser bimestrais. Ao completar um ano, a criança volta ao ambulatório a cada três meses para consultas de rotina e depois que faz dois anos, vai duas vezes por ano. No primeiro ano de acompanhamento, as mães recebem vale-transporte para ir até o ambulatório, além de leite em pó e fraldas. A ONG também organiza alguns jantares beneficentes para arrecadar recursos e conta com o apoio de voluntário de várias áreas para disponibilizar óculos, cadeiras de roda e aparelhos auditivos para aquelas crianças e adolescentes que precisam. No ambulatório é feito um bazar permanente de roupas usadas, que podem ser compradas a preços que variam de R$1,00 a R$2,00. A iniciativa é única no Brasil e tem mostrado que a intervenção pode evitar seqüelas mais graves. Prova disso é que a taxa de mortalidade dos bebês atendidos pela Viver e Sorrir é menor do que a média nacional de recém-nascidos prematuros.
A ONG aceita doações e recebe novos voluntários. Para saber mais, acesse o site www.viveresorrir.org.br ou ligue para 5571-9277.
A Viver e Sorrir fica na Rua Diogo de Faria, 764, na Vila Clementino, em São Paulo.
Fonte: Site Planeta Sustentável
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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